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Tendências, saúde e segurança alimentar são destaques do segundo dia da Jornada da Alimentação


Público lotou auditório do Seminário de Segurança de Alimentos - Foto: Frederico Sehn

A programação da 5ª Jornada Técnica do Setor Alimentício – Alimentaação 2023 encerrou o seu segundo dia de atividades. Com a presença de cerca de 300 pessoas, foi marcado pela abordagem de temas que são fundamentais para a melhoria dos processos das indústrias, inovação e ganho de mercado. Ao todo foram 14 palestras, sendo 7 no XX Workshop em Alimentos e mais 7 no II Seminário de Segurança de Alimentos. Cerca de 300 pessoas acompanharam as explanações e circularam no Salão do Expositor, onde participam em torno de 50 empresas. A Jornada segue nesta quarta-feira (18) e quinta-feira (19) e a programação pode ser conferida no site www.jornadaalimentaacao.com.br. As inscrições podem ser feitas no próprio local do evento, no Clube Tiro e Caça, ou no site.


XX Workshop em Alimentos

Ary Bucione abordou saúde, ciência e negócios - Foto: Frederico Sehn

À frente da Nutriconnection, Ary Bucione respondeu o título de sua palestra, afirmando que sim, saúde, ciência e negócios convivem juntos. “Porque o mundo corporativo, em especial a indústria de alimentação e nutrição, toma decisões mais assertivas quando opera dentro de um “ecossistema”, um ambiente onde entidades de diferentes áreas se agregam para atuar em um mesmo cenário de mercado”. Ele, que também vai lançar um relatório de tendências na Jornada, lembra que mundo busca mais saudabilidade e prevenção de enfermidades, portanto a inovação e o desenvolvimento de novos produtos terão que ir além, agregando mais conhecimento vindo de áreas que complementam a nutrição e a tecnologia de alimentos.

Perspectivas de inovação foram destacadas por Cynthia Antonaccio - Foto: Frederico Sehn

A perspectiva do presente para o futuro em inovação, não só de pequenos negócios, mas de grandes players, foi o foco da abordagem de Cynthia Antonaccio, da consultoria BHBFood. A palestrante reforçou a importância dos elos sabor, saúde e sustentabilidade, citando cases de marcas que servem de referência para as indústrias do setor. Ao observar a saúde sob o aspecto holístico, instigou a plateia a explorar esse conceito na reinvenção de algumas categorias. “Quem sabe olhar para os indulgentes fazendo uma provação: como os chocolates podem ser mais funcionais e ao mesmo tempo não perder seu papel de snack gostoso? Em outra frente, as barras de cereais que se reinventam e viram alfajor, aumentando a quantidade de proteínas. Isso é sabor com saúde”, exemplificou. Cynthia também tratou de ingredientes com mais sustentabilidade, novas formas de biotecnologia, a opção da fermentação e a parte de vegetais com fungos como alternativa. Para ela, o essencial é entender os anseios do consumidor moderno e conciliar que os alimentos sejam deliciosos, nutritivos e acessíveis.

Aplicações do colágeno em destaque com Graciana Neumann - Foto: Frederico Sehn

As várias aplicações do colágeno na alimentação foram referidas pela farmacêutica e nutricionista Graciana Neumann, da Rousselot. Durante a palestra, distribuiu sorvete de frutas vermelhas com colágeno, aproveitando para pontuar que ele pode ser adicionado a pães, sobremesas, laticínios e drinks, entre outras tantas opções. “Para chegar aos 100 anos sem estar com a pele envelhecida precisamos fazer um banco de colágeno. Nascemos com um estoque, vamos gastando, e essa reposição precisa ser feita com suplementação”, explicou. A matéria-prima é utilizada para melhorar a aparência geral da pele, cabelos e unhas, aumento da performance e mobilidade.


II Seminário Segurança de Alimentos

Seminário de Segurança de Alimentos foi coordenado por Mirian Hermann - Foto: Frederico Sehn

Em sua segunda edição, o Seminário de Segurança de Alimentos foi aberto pela coordenadora Mirian Hermann, que ressaltou o fato de a programação deste ano ser baseada na recente e grande ocorrência de casos e situações de contaminação. “O que a gente está propondo aqui são ações, medidas preventivas e conhecimento que precisamos ter para que surtos alimentares não aconteçam, para que nossos produtos sejam de qualidade e para que nossas empresas prosperem”, explicou. Assim, as palestras do dia abordaram liderança, food fraud e food defense, vida útil e garantia, representatividade de amostras, avaliação de desempenho, monitoramento ambiental, armazenamento e logística, e qualidade estratégica.

Relação da neurociência com a liderança foi tema de Carla Otsuki - Foto: Frederico Sehn

A primeira explanação do dia foi da engenheira de alimentos Carla Otsuki, da CO Consultoria, a qual falou sobre “Como a neurociência pode contribuir com a liderança nas indústrias de alimentos”. Resgatando o papel do chefe nas organizações ao longo do tempo, ela destacou que no mundo corporativo é preciso considerar que cada indivíduo é único e interpreta o conhecimento de forma diferente, o que justifica as variações de práticas e resultados. Esse desempenho é explicado pela neurociência, que também esclarece a tendência de o ser humano seguir modelos mentais e, consequentemente, espelhar atitudes. Ao falar sobre a importância de respeitar a individualidade de cada funcionário, Carla ainda citou características da liderança de alta performance e fatores que impactam no resultado de um líder. Quando questionada sobre a atuação da liderança em casos de contaminação alimentar, ela orientou: “É preciso aceitar que temos problemas, que a gente deixou de cumprir pilares e pré-requisitos básicos no mundo inteiro. Por isso, tenham a genuinidade e assumam o problema, corrijam com clareza e franqueza, sem tentar encobrir”.

Luciana Heredia tratou de Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos - Foto: Frederico Sehn

Já a “avaliação de desempenho do Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos (SGSA) na prática” foi o tema abordado por Luciana Heredia, da IQualy, que discorreu sobre a importância e o funcionamento desse sistema dentro da organização. Apresentando um diagrama que esquematizou a estrutura de um SGSA, a profissional ressaltou que todo sistema precisa ser adaptado ao contexto da empresa e deve estar capacitado para atender a qualquer fator de influência, seja positivo ou negativo, interno ou externo. De acordo com ela, é fundamental ter uma liderança comprometida e empenhada que assegure que o estabelecido seja de fato implementado, visto que o principal objetivo do SGSA é a melhoria contínua. Luciana ainda detalhou e especificou as etapas de verificação, monitoramento dos indicadores, auditoria interna e revisão pela gestão, salientando que a análise crítica não pode ser apenas uma reunião de lideranças, mas a origem para um bom e robusto plano de ação que corrija o que não esteja bom e melhore ainda mais o que já está.


Profissionais de várias empresas marcaram presença no Workshop em Alimentos - Foto: Frederico Sehn

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